17/2/2011 - Jundiaí - SP

PEAMA - Único no mundo, projeto de dança será apresentado em Conferência Internacional

da assessoria de imprensa da prefeitura de Jundiaí

Ao som da trilha sonora do filme “O Piano”, a aluna do PEAMA (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas), Isabela Ditt Cury, de 10 anos, ensaia com o professor de dança, Carlos Faustini, a coreografia que irá apresentar na 27ª Conferência de Síndrome de Rett, que acontecerá entre os dias 27 e 30 de maio, na cidade de Boston, nos Estados Unidos.

Portadora da síndrome de Rett desde os oito meses de idade, Isabela tem uma rotina especial: após acordar, a menina começa sua maratona de exercícios, que envolvem fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, hidroginástica e musicoterapia. Mas de todas as atividades, a que mais gosta é a aula de dança, que acontece na sede do PEAMA, todas as sextas- feiras. “Quando falo para ela que é dia de irmos ao PEAMA, os olhos dela vibram de alegria, mesmo não podendo se expressar verbalmente é visível sua empolgação. Lá, ela se encontra com outras crianças que, assim como ela, têm necessidades especiais”, comenta a mãe da menina, Márcia Ditt Cury.

O projeto de dança adaptada para portadores da Síndrome de Rett, realizado no PEAMA, é único no mundo e, por isso, o trabalho que é desenvolvido pelo professor Carlos Faustini será apresentado na 27ª Conferência de Síndrome de Rett. O evento é um encontro anual, no qual profissionais, pais e crianças do mundo todo se reúnem, para ver em primeira mão, o que há de mais recente nas atividades, tratamentos e pesquisas desenvolvidas na área. “Participando do Congresso, levaremos o nome de Jundiaí e o pioneirismo da atividade que é desenvolvida no PEAMA. Tenho certeza que voltaremos com novas informações sobre a doença e, assim, também poderemos contribuir com outras famílias da cidade que convivem com crianças Rett”, disse Márcia.


Os benefícios

Frequentar o PEAMA e participar das aulas de dança tem trazido inúmeros benefícios para Isabela. Segundo o professor Carlos Faustini, o contato com as outras alunas ajuda a menina a criar vínculos, diferentes dos estabelecidos com os pais. Na parte física, os estímulos ocasionados pela dança têm aumentado a concentração e a co
Pra quem observa o resultado final, pode pensar que é um número como outro qualquer, mas quem convive com ela, observa que os progressos são contínuosordenação de Isabela em outras atividades. “”, comenta o professor.

Apesar de saber que Isabela possui limitações, o professor afirma: “Por mais terapêutico que seja o processo de aprendizagem da dança, ela tem que ter movimento, e nesse sentido as conquistas de Isabela são gratificantes. Em um momento da coreografia, que será apresentada no Congresso, eu giro a roda da cadeira de rodas e é Isabela quem coloca as mãos para que ela pare de rodar, e assim concluímos mais uma etapa da coreografia”, diz Carlos.


Para a mãe de Isabela, o que importa em todo o processo da dança é ver a filha feliz. “Saber que um simples passo, um movimento mínimo com as mãos a deixa feliz, é o que me enche os olhos. A dança para ela é um momento de superação e felicidade”, afirma Márcia.


PEAMA

Com mais de uma década de história, o PEAMA foi fundado no ano de 1996 a partir de uma iniciativa pioneira da Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Esportes. Até os dias de hoje, o programa se mantém como o principal projeto a favor da inclusão de pessoas com deficiência, por meio da prática de atividades motoras, esportivas e recreativas. Atualmente, o programa possui 14 modalidades e atende mais de 200 alunos.

Para César Munir, coordenador do PEAMA, mostrar o trabalho que é realizado na sede é gratificante e promove ao PEAMA visibilidade e credibilidade. ”Ser apresentado em uma conferência desse porte, é muito significativo, pois é possível demonstrar a dedicação do grupo como um todo”, ressalta César.


Saiba como identificar uma criança com Rett

- Nascimento e desenvolvimento, aparentemente normais, até 6 a 18 meses;
- Diminuição do crescimento da cabeça;
- Perda temporária do contato social;
- Movimentos estereotipados das mãos;
- Comunicação predominante pelo olhar.